A
Aldeia
Cascalho
revolto denuncia a aproximação
e
o muro branco
a
esboroar-se - matéria luz
dos
resíduos incólumes
apertando-me
o peito -
cinge-me
a clareza de imagens
reflectidas
na textura rugosa
do
teu abraço
maternal
em
frente, avança-se rumo à
limpidez
e
ao despertar
prometido
singelo,
ausculto os nomes
guardadores
de casas
como
se acometido pelo ímpeto
da
reinvenção do mundo
e
de ti
singram
jardins exóticos
sacudindo
palmeiras e jacarandás
em
camâra lenta
contida
Aqui,
o tempo
não
corre, desliza
quando
chove
encostado
à geometria
poética
das amendoeiras e ao contorno
suave,
dos moinhos
abandonados
Prometo
à lua um torrão
de
terra, daquela castanho-vermelha
daquela
onde o restolho
descansa
à
minha espera – terra
abençoada,
terra
prenhe,
sensual, na forma
e
na cor
viciante
e
o seu brilho -
que
há de brilhar
e
dar vida ao muro, às casas
aos
nomes
onde
as osgas brincam
em
jardins, sozinhas -
alcança
a plenitude.
©
José Coelho, 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário