terça-feira, 28 de junho de 2016

Dúvida, Hoje

Dúvida, Hoje

Solidamente
começo a duvidar da eficiência
das coisas
que me rodeiam, como
pastas e mais pastas, supostamente crédulas
na ciência da textura
do papel e da memória, laconicamente
ranhosa, frugal, levítica
dos seus mentores
ultrapassados

Banalizo toda a informação
sabendo que pesa
na razão inversa da minha
compreensão

Hoje
solidamente
mais um comprimido
desliza
garganta abaixo, neste dia
azul de tanto
ar
impensável
essa quantidade de céu
comprimida
contra o invisível lado
de um universo
mas real – a moinha vai-se
apagando -
e sempre
a brancura
dos muros altos tecendo
curvas
nas dúvidas
que se alinham
à passagem por dentro

Vertendo
horizonte na diagonal d'orizonte
solidamente
hoje
começo a duvidar


© 2016, José Coelho

sábado, 11 de junho de 2016

The End of Red Roses

The End of Red Roses

About 12 over 9 pm
when time was over declining
into the horizon, your tongue inside
my all-in-one wet words
resisting the idea of birth
and death
not a single soul in view
just the unforgettable scent
of salt
and roses

playing

their petal-like fingers
over each piece of earth
deducing the lines -
ocher, red lines - carved on the substance
of our skin

as a velvet dictation
rising between choruses of your
sex
we drank

the warmness in each
syllable

until the end
was as near and thin as
the brisk desire of
dawn

then
deciding to travel abroad.

© 2016, José Coelho