Crescem em mim
caligrafias de espaços por entre;
como as palavras que dizemos
sempre aquém de uma
dilecta autonomia
adiada
despertam-se-me
as tentações mais soterradas
por anos de anuimento
infalíveis na hora de
agir
as dialéticas da natureza
apesar de arrebatadoras
não se leêm...
estampadas,
permanecem disponíveis
gravadas, no gelo dos tempos
agitam-se-me
montanhas, algures nos
hiatos do meu conhecimento
enferrujado
com ganas de ferro e aço
e zeramentos a acenar
nos ciprestes
mais altos
Transpiro e à medida que escrevo
a mesa vibra e retine, ou será apenas o efeito
da senhora que passou, decidia e inconveniente;
despeço-me, tenho medo!
Pago o café e ausento-me;
talvez junto ao rio
tudo esteja mais calmo.
©
2014, José Eduardo Coelho
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