A
Poesia como força criativa
escarrei,
uma substancia visceralmente
asquerosa;
lambeu a minha
garganta
e
foi-se
do
céu caíram
pássaros
que a seca quase
matara
do
centro
um
ímpeto de luxúria
conjuga
verbos
imperativamente
sem
nexo, a raposa
caminha
em
círculos
decidida
a seduzir a pequena galinha
ruiva
com
uma força que nos mata
de
mansinho
pressiona
os seus dedos
com
a intenção e a
subtileza
de
gueixas
o
que, de facto, acabou
por
acontecer – a galinha, tonta
fechou
os olhos
e
caiu nos braços do astuto
animal
No
dia seguinte
naquele
pedaço de terra
uma
flor -linda -
tinha
nascido
num
vício
sem
motivo.
©
2016, José Coelho
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