sábado, 27 de agosto de 2016

A Poesia como força criativa

A Poesia como força criativa

escarrei, uma substancia visceralmente
asquerosa; lambeu a minha
garganta
e foi-se

do céu caíram
pássaros que a seca quase
matara

do centro
um ímpeto de luxúria
conjuga verbos
imperativamente

sem nexo, a raposa
caminha
em círculos
decidida a seduzir a pequena galinha
ruiva

com uma força que nos mata
de mansinho
pressiona os seus dedos
com a intenção e a
subtileza de
gueixas

o que, de facto, acabou
por acontecer – a galinha, tonta
fechou os olhos
e caiu nos braços do astuto
animal

No dia seguinte
naquele pedaço de terra
uma flor -linda -
tinha nascido
num vício
sem
motivo.



© 2016, José Coelho

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