Quase Livre
Esta manhã
surpreendi-me:
o livro de bolso que
levo
a passear à rua
não estava. À
minha espera, no lugar -
já seriam horas -
a imaginação
levou-me
a percorrer
corredores
rocambolescos
frios, de um
sombreado
extenuante e
encharcado numa doçura
carnal, fui tomado
pela repetição -
esta e o entusiasmo são
contagiantes -
de certas expressões
até
ao limite da
compreensão
do sorriso
humano
da fisionomia
do sexo
e da saudade
da memória que se
atravessa
no corpo, quando
deambulamos assim
por ruelas, de copo
em
punho
sem saber como lá
fomos
parar ou o que
queremos, se é que
o
queremos
Mas não agora –
agora vou de bicicleta
sem livro, sem
casaco, apenas
só
diria quase
a esta distância
livre.
©
2015, José Eduardo Coelho
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