domingo, 1 de março de 2015

Humanidades #2

Humanidades #2

nascemos e

aprendemos as palavras necessárias
e de manhã, inebriados de sal e sangue
abrimos janelas e estendemo-las
como mantas ao ar fresco

carpimo-las ainda
virgens, sedentas de
significado

depois, elas

zurzem-nos impressões
cromáticas
de cada vez que as olhamos
seduzem-nos
mentindo descaradamente

constroem alternativas
lilazes
e cantam-nos a alegria
ou a tristeza
com notas mudas que enlouquecem
sem batuta
nem pre-aviso
de validade

morremos e...


© José Coelho, 2015

Sem comentários:

Enviar um comentário