domingo, 18 de março de 2018

Paisagens Rúbeas


Paisagens Rúbeas

Sentir aquele prazer infantil, de nada
ter de fazer, senão estar e observar
uma dormência que desce pela espinha
o quanto, apesar de inúteis somos
queridos, presentes, constantes como
peça de joalharia fina, ao pescoço
brilhando, escondida

Acerco-me desses dias apenas
vagamente induzo propriedades quentes
que acredito residirem algures
dentro de mim posso
acordá-las e olhá-las com a inércia
da saudade

Depois há os mapas, que digo
serem de cidades, mas em verdade são
representações das almas que já
amei e amo

Habito-as a todas, ensino-as
por quadrantes e linhas respeito
cada casa, cada parque, cada rio
memorizo seus cursos

até à foz há-de ser
oceano.

© 2018, José Coelho



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