Desafios
e Conquistas
Temo
em dizer-te que o sono
me
pesa já nos dedos
que
há pouco te urdiam
constelações
de desejo
numa
anatomia de deserto
vã,
porém
promissoramente
fértil e
que
o ultraje se instalou já, no seio
dos
pequeninos deuses -
aqueles
cujas lágrimas são
perfeitas
doses
de
veneno a pedir língua
e
dedos capazes de
coito
e
cinzas
subtilmente
ágeis, as penas afagaram
ontem
este céu purpurado
e
de novo rumaram
ao
mais longínquo dos suis -
aquele
onde almejam o conhecimento
dos
nomes e a engenharia
do
fogo
A
alegria virá sempre
um
dia, lamber as margens
dos
rios inesquecíveis; dos pés
e
mãos que ficarem
edificar-se-ão
as novas cidades
e
da vontade surgirão lautas
florestas
castas
Temo
em dizer-te que tudo
não
passa de um
pantagruélico
e eloquente
sonho.
©
2017, José Coelho
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