segunda-feira, 10 de março de 2014

Poesia Vespertina

Penso em poesia
e rendo-me
em malícias

vespertinas tentações
na gota de martini que escorre até
ao meu dedo
adocicam-me a concentração
voraz esqueço
e admoesto os teus contornos impenetráveis
numa frase mais ousada
junto à empregada

limonados os teus seios
refazem-me de ideias líricas, plenas, sincopadas na
degustação manual de beijos ciciados

que sorvo em exagero de ruídos
palhetados nas carícias carnais
de mil e um versículos
mastigados

Penso-me poesia
neste fim de tarde esgotado
em luz de coxas
anguladas

revolto
mecanizo a volúpia e
penso em poesia.


© 2014, JC

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