domingo, 12 de março de 2017

Alquimia Sanguínia

Alquimia Sanguínia

Começo a confundir a memória nas imagens
que criei de ti

de manhã
subo o teu rio, se me apetece, porque ele
nem sequer existe

e fica no tempo
a pergunta se hei-de tocar-te
com ou sem lábios, talvez

mãos me peçam um traço
vermelho, uma face ou a linha dos cabelos
cingindo o horizonte

nada

de manhã
ofusca-me a tua presença, incerta
enquanto sombra nocturna

e eu, RH+
donde ninguém sai quando se pisa
nem água nem fio

© 2017, José Coelho


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