Aparas
de Lápis
A
escrita como forma de purificação espiritual, fascina-me enquanto
cheiro
das
aparas de lápis, das sobras de borracha, da tinta de canetas
permanentes; o próprio papel, na sua micro estrutura têxtil, reúne
um leque de variados odores – bafio, palha, cola, pigmentos,
sândalo e entre muitos mais, tudo o que da água a fibra guarda
Algumas
palavras requerem um traço mais cuidado - o ângulo, a grossura, a
nitidez ou a sobriedade dos arrebiques – outras pedem para ser
usadas até à exaustão do seu significado, numa ameaça grave que
nunca se concretiza. Depois há aquelas que nos distraem - egoístas,
ciumentas – e nos desviam do único sujeito passível
e
porém, a dependência a que me obriga, transporta-me para um
universo, aonde sozinho, me enlevo e vicio.
©
2016, José Coelho
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