Cunhal
das Bolas
Um
par de paredes cunhadas
de
bolas
esféricas
a
lamberem o ar
morno,
das mornas que passam
morenas
e
dos fados que
zoam
pelos
cantos
Ao
lado o sol, afaga
as
pedras
de
lado
e
destapa as
pernas,
nus ombros, os seios
moldam-se
à
roupa
aquém,
transparente
do
uso, da cidade, do
bairro
eclodem
as
vozes, os passos, as janelas
abrem-se
e olhos
espreitam
Nas
linhas há vestígios
íntimos
lavados,
pingam
a
secar ao sol
e
nos passeios marcas
indeléveis
afloram
à
consciência de alegrias
ligeiras
à
esquina da Rua da Rosa
Cunhal
das Bolas
um
beco
sombrio.
©
José Coelho, 2015
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