Só
para lembrar que há lugares
que
nos pertencem
e
aos quais pertencemos
por
ou sem direitos
mais
que adquiridos
sentidos
dá-se
o caso, precisamente
da
esquina da rua Garret com
uma
avenida bem conhecida – que
do
ditador herdou o dia
da
liberdade
vendida,
desfeita, quase
caída
essa
esquina será
para
sempre
minha
e
há noites, ou dias onde
o
lado côncavo
e
eu
somos,
o que só a nós
nos
pertence
por
vontade causal dos plátanos
que
nos vigiam
e
dos estores
que
nos abrigam
e
da alcatifa verde -
polida,
suave, reminha - ordenando
ideias,
pensando
melhor
há
equinócios
onde
o deslumbramento retorna
pelas
manhãs
enchendo
mundos
de uma sã
loucura
Noutras
coordenadas
o
zimbro
afaga
a memória
numa
imensa calma de água fresca
e
doce
e
como as pedras
e
as estrelas e a granítica força do
trovão
caímos,
rendidos
nessa
terra.
©
2016, José Coelho
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