Poesias
Mudas
a
concentração de tudo aumenta na razão inversa da altitude e do
desprendimento
(conseguido)
obtêm-se
empíricas fórmulas do mundo - uma questão de panos e hábitos, com
que se cosem
os
nomes e os sonhos vivem
há
um patamar acima do qual o silêncio, nos assusta
prosseguindo
numa espécie de onda mater pela qual todos
teremos
de passar
uma
definição vazia, onde a minha mão entra e se dilata até à
plenitude
do espaço
sinos,
sinos, sinos
húmidos
e voláteis, retinem-me no córtex
poderia
de uma só vez, habitar essa vontade
injectando
poesias mudas
ao
comprido, cingo-te
esboço
a tua cintura, o teu pescoço
é
uma dose de saliva que engulo
o
mar hoje cala-se
também
©
2017, José Coelho