Afinal, a noite
não encerra grandes mistérios
nem vozes
oblíquas destapando a dor
entre dedos
vorazes
em pranto, não
Afinal, tudo isso
é um lastro
no fundo de nós, resquícios
do mar salgado a
penetrar orifícios
suculentos, de
ternuras
imaginadas em
mãos desaparecidas
em pranto
Afinal a noite,
não desfaz a exactidão do dia
nem na razão
inversa da grandeza da sua
escuridão
nem esquecendo o ímpeto acumulado
em cada rotação
ad infinito
nas sílabas do
negro espaço
Afinal, a noite
é só uma ausência.
© 2014, José Eduardo Coelho
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