Penso
em poesia
e
rendo-me
em
malícias
vespertinas
tentações
na
gota de martini que escorre até
ao
meu dedo
adocicam-me
a concentração
voraz
esqueço
e
admoesto os teus contornos impenetráveis
numa
frase mais ousada
junto
à empregada
limonados
os teus seios
refazem-me
de ideias líricas, plenas, sincopadas na
degustação
manual de beijos ciciados
que
sorvo em exagero de ruídos
palhetados
nas carícias carnais
de
mil e um versículos
mastigados
Penso-me
poesia
neste
fim de tarde esgotado
em
luz de coxas
anguladas
revolto
mecanizo
a volúpia e
penso
em poesia.
©
2014, JC
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