Tu
Corro de inércia a fugir
desesperado fujo a correr mas
as minhas pernas
presas, não desenvolvem
cerebralmente perras de inépcia
Revolvo o chão de terra,
em pele-transparente-espaço
procuro a dízima infinita dos
teus pi-vestígios
mas só me aparecem réplicas tuas
múltiplas, voláteis, cada noite
outras
A última eras tu, apesar de nunca o
teres sido, tu só és tu, em mim,
depois de
sermos nós e isso nunca o foste
que pena, mas pelo menos
neste sonho que sabia a sonho
eras tu e eu dizia-to e tu aceitavas,
bom, não sei, mas sentias-te feliz
por eu te chamar tu e
secreta e proibitivamente
beijámo-nos sem culpa enquanto
apaixonada
mente me falavas das tuas
experiências com lagartixas
segurámo-nos nas mãos e
fizemos amor
depois desapareceste ou terei
sido eu?
Tudo se passou em privado
no passeio
em frente ao liceu.
©
2014, JC
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